(Herlander Ribeiro, Cartas de uma Tricana, Coimbra de 1903-1908, pg. 15-16)
“Frequenta com brilho a Faculdade de Teologia; cara redonda e sobre o lábio um cuidado bigode […] joga às cartas com pericia. Não parece ter vocação para padre: é profano no apurado traje, os seus coletes são os melhores que o Nazareth da Calçada, vende […] é um companheiro encantador: olhos rasgados, voz de barítono, canta o fado á maravilha e tem namoros na alta, na baixa e até para as bandas de Santa Clara […] Traz sempre os dias lectivos bem contados, vai á missa ao Colégio Novo […] Fuma superior e adora um charuto Reinita […] traz da terra varios presuntos, que come durante o ano lectivo, salvo em dias de jejum […] tem a [mania] das correntes de relógio; veste bem, muito limpo e engraxado, barba feita e bem penteado. Cursa teologia mais por conveniência do que por vocação”